A Federação Russa de Futebol iniciou uma investigação para apurar um incidente racista ocorrido no último sábado contra o jogador brasileiro Welliton. O incidente aconteceu durante um jogo da liga russa de futebol entre o Spartak de Moscou, clube de Welliton, e o Krylia Sovetov, na cidade de Samara.
Quando o atacante entrou em campo, no segundo tempo, torcedores do próprio Spartak teriam pendurado nas grades um cartaz com os dizeres: "a camisa 11 é só do Tíjonov. 'Monkey go home' (Macaco, vá para casa)", uma referência direta a Welliton, que desde que começou a jogar no time russo, há um mês, é o novo dono da camisa 11. O Spartak pagou ao Goiás US$ 6 milhões pelos direitos federativos do jogador.
Andrei Tíjonov, 36 anos, foi por muitos anos o capitão do Spartak e hoje joga como meio-campista para o Khimki, de Moscou.
"A UFR (Federação Russa de Futebol, na sigla em russo) está analisando o ocorrido, mas ainda não tomou nenhuma decisão, já que será preciso uma investigação profunda sobre o caso", disse um porta-voz da UFR à agência russa de notícias Itar-Tass.
Caso seja provado que o cartaz era racista, o Spartak, como prevê o regulamento da liga russa, deverá pagar uma multa de US$ 19,6 mil ou então jogar o próximo jogo em casa sem abrir para a torcida.
O jogador Mozart, outro brasileiro que atua no Spartak, disse que não percebeu as incitações racistas durante o jogo, mas admitiu que jogadores negros já foram vítimas de racismo dentro dos campos russos.
"Surpreende muito que isso tenha partido dos torcedores do nosso próprio time e que tenha sido contra Welliton, porque desde que ele entrou no time só tem recebido elogios", disse Mozart.
Esta foi a segunda partida de Welliton pelo Spartak, que mesmo sem marcar gols, tem feito boas atuações.
Desde 2003, as entidades que comandam o futebol da Rússia estão fazendo uma campanha para enfrentar o racismo no esporte - um problema crescente devido ao fluxo cada vez maior de jogadores estrangeiros em ação no país.
A cada ano, novos jogadores brasileiros são atraídos pelo altos salários pagos por clubes russos, que, acredita-se, podem girar em torno de US$ 100 mil (cerca de R$ 200 mil) mensais.
Hoje há vários brasileiros em pelo menos dois dos principais clubes russos e, aos poucos, o país parece caminhar para se tornar destino popular para jogadores brasileiros no exterior, a exemplo de Itália, Espanha, Portugal e Alemanha.
Cerca de 70 jogadores brasileiros passaram pelos clubes russos nos últimos dez anos.
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